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Crise de Saúde Mental no Trabalho: Quando o Corpo Pede Pausa

  • Foto do escritor: Lucas da Rosa Ruhe
    Lucas da Rosa Ruhe
  • 19 de jun.
  • 3 min de leitura

Você já se pegou acordando com a sensação de que o cansaço emocional é o seu companheiro diário?



Fotografia realista de um homem branco de cerca de 40 anos, sentado em uma mesa de escritório com expressão de exaustão emocional. Ele apoia a testa na mão esquerda, olhos fechados e semblante tenso. No fundo, uma nuvem cinza escura paira acima da cabeça dele, simbolizando o peso psicológico. Um relógio e uma pasta de trabalho aparecem desfocados ao fundo.

Você já se pegou acordando com a sensação de que o cansaço emocional é o seu companheiro diário?

Essa realidade da saúde mental no trabalho, infelizmente, tem se tornado cada vez mais comum no Brasil. Dados alarmantes do G1, de 10 de março de 2025, revelam que o país registrou 472.328 afastamentos do trabalho por ansiedade e depressão. Esse é o maior índice em uma década, um sinal claro de que algo precisa mudar. Por trás desses números frios, existem vidas que foram interrompidas, projetos que foram pausados e um grito silencioso por socorro e cuidado.



Não podemos ignorar o contexto em que vivemos. A pandemia de COVID-19 deixou um luto coletivo por mais de 700 mil vidas perdidas, e a inflação, com um aumento de 55% nos preços dos alimentos desde 2020, adiciona uma camada extra de preocupação e estresse. O ambiente de trabalho, que já era competitivo, intensificou essa pressão, transformando a ansiedade em um sintoma incapacitante para muitos.


Na Psicologia, entendemos que o adoecimento mental não é um evento isolado. Ele é o resultado de um acúmulo gradual de pequenas tensões diárias: prazos apertados, cobranças muitas vezes invisíveis, a constante sensação de não conseguir dar conta de tudo. Com o tempo, essa sobrecarga mina a resistência psicológica, levando a um colapso. Pense na sua mente como um músculo: ela precisa de descanso, de fortalecimento e de um ambiente propício para se recuperar e crescer.


Quando um colega de trabalho apresenta um atestado por questões de saúde mental, não se trata de "falta de vontade" ou "preguiça". É o corpo e a mente dizendo "basta". A depressão pode se manifestar de diversas formas, como apatia profunda, distúrbios do sono (insônia ou sono excessivo) e uma perda significativa do propósito e do prazer nas atividades diárias. A ansiedade, por sua vez, pode vir acompanhada de uma inquietação constante, palpitações, dificuldade de concentração e um medo antecipado que paralisa. Ambas as condições afetam diretamente a capacidade de concentração, a criatividade e, crucialmente, o senso de pertencimento e conexão com o ambiente e as pessoas ao redor.


O senso comum ainda insiste em associar a saúde mental a uma "questão particular" ou, pior, a "frescura". No entanto, os dados do Ministério da Previdência são inegáveis: essa crise de saúde mental está atingindo a força produtiva do nosso país e tem um impacto abrangente em todos – empregadores, equipes e famílias. Histórias cotidianas que presenciamos ilustram essa triste realidade: o líder que ignora os sinais de esgotamento de um colaborador, acreditando que "força de vontade" é suficiente; a empresa que não oferece programas de apoio emocional, deixando seus funcionários à deriva; e o profissional que adia a busca por ajuda até o ponto de esgotamento total, quando a recuperação se torna ainda mais desafiadora.


Para mudar esse cenário, precisamos urgentemente de uma cultura de acolhimento. Estratégias de prevenção são fundamentais e incluem: a promoção de rodas de conversa sobre estresse e bem-estar, treinamentos para que líderes e colegas possam reconhecer os sinais precoces de adoecimento mental, o incentivo a pausas regulares e verdadeiramente restauradoras durante o dia de trabalho, e o acesso facilitado a atendimento psicológico de qualidade. Afinal, cuidar da mente não é um luxo, é um investimento essencial na produtividade sustentável e na qualidade de vida de todos.


Em psicoterapia, utilizamos técnicas comprovadas como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para ajudar a reestruturar pensamentos catastróficos e distorcidos, e o Mindfulness para cultivar a presença e reduzir a ruminação mental. Pequenos exercícios diários podem fazer uma diferença enorme: apenas 5 minutos de respiração profunda, uma breve caminhada ao ar livre para desconectar, ou pausas programadas para se afastar do e-mail e das telas. Essas pequenas ações são poderosas ferramentas de autocuidado.


Ao finalizar a leitura deste texto, convido você a uma reflexão sincera: quando foi a última vez que você realmente descansou sem sentir culpa? Muitas vezes, o maior afastamento que precisamos é do "piloto automático" que nos impulsiona a seguir em frente sem pausas. Se a pressão interna começar a roubar sua energia, lembre-se: buscar apoio profissional não é um sinal de fraqueza, mas sim um ato de inteligência emocional e autocuidado.


Agende uma consulta e comece a redescobrir o equilíbrio que torna a vida verdadeiramente valiosa. Sua saúde mental importa, e você merece viver com bem-estar e propósito.



Referências


  • Crise de saúde mental: Brasil tem maior número de afastamentos por ansiedade e depressão em 10 anos. G1, 10/03/2025. Fonte

  • Organização Mundial da Saúde (OMS). Relatório sobre Saúde Mental Global, 2022. (consultado via OMS)

 
 
 

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