Trabalhadores Invisíveis: Gente que Move o Mundo em Silêncio
- Lucas da Rosa Ruhe
- 18 de jul.
- 2 min de leitura
A gente aprendeu a bater palma pra quem grita mais alto. A idolatrar quem ostenta. Mas quase ninguém aplaude a moça da limpeza que chega às cinco da manhã, varre o chão das pressas alheias e volta pra casa depois de lavar o mundo com silêncio.
Vivemos num tempo em que ser visível vale mais que ser essencial. Tem gente com milhões de seguidores e zero impacto real. E tem os trabalhadores invisíveis, que seguram a base de tudo — a creche, o SUS, a comida do bandejão — e que mal têm tempo pra pensar em si.

É fácil falar de meritocracia quando tu nunca teve que escolher entre comprar o gás ou o leite da criança. Quando o teu cansaço é “de muitos e-mails” e não de carregar peso em silêncio. Mas isso ninguém diz. Melhor seguir sorrindo na selfie e fingindo que todo mundo começa do mesmo lugar.
Só que tem uma coisa que atravessa tudo isso: o afeto. Não aquele meloso, de comercial. Mas o que se dá na prática.No “chegou bem?”, no “pode contar comigo”, no “senta aqui que eu te escuto”. Esse tipo de afeto é remendo de mundo. Porque onde o Estado falha, onde o sistema engole, é ele que segura as pontas.
Tem quem ache que isso é pouco. Mas olha — o mundo gira porque tem gente que ama mesmo cansada. Que cuida mesmo sem ser cuidada. Que ri mesmo depois de chorar no banheiro do trabalho.
Talvez o erro seja nosso: de olhar demais pra cima e esquecer quem tá do nosso lado. Os trabalhadores invisíveis. Gente real. Que não tem palco, mas tem presença.
Essa crônica é pra elas. Pra quem move o mundo sem fazer barulho. E que, no fim das contas, é quem mais entende do que importa.
Se tu te sentiu parte desse texto, talvez esteja na hora de se cuidar também.
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