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Cansaço Emocional: Quando Nem o Sono Resolve

  • Foto do escritor: Lucas da Rosa Ruhe
    Lucas da Rosa Ruhe
  • 20 de jun.
  • 2 min de leitura

Tem dias que a gente acorda tomado por um cansaço emocional tão fundo que parece exausto antes mesmo de abrir os olhos. Não é sono. É sobrepeso de viver. É corpo que carrega mais do que aguenta, não de gordura, mas de boletos, mensagens não respondidas, promessas engolidas com gosto de ressentimento.


Fotografia realista de uma mulher jovem, com pele clara e cabelos castanhos ondulados, sentada à mesa de madeira clara, apoiando a testa na mão em sinal de cansaço emocional. Ela veste um suéter bege e está diante de um notebook aberto e um caderno com caneta. Ao fundo, uma planta em vaso e uma nuvem escura pairando sobre sua cabeça reforçam a atmosfera de exaustão mental. A luz natural suave entra pela janela lateral, criando um clima introspectivo.

E a gente vai. Porque sempre vai. O mundo não dá pausa para quem está tentando sobreviver. A produtividade virou religião e o descanso, pecado. Se não tá trabalhando, algo deve estar errado contigo. Se tu tá cansado, é porque não tentou o suficiente. Se tu tá doente, deve ser emocional, e se for emocional, já tem quem diga que é "frescura".


Não é.


É a soma invisível de todos os silêncios que tu engoliu para manter a paz. É o medo de errar num país que pune mais o pobre do que o crime. É o algoritmo que te cobra presença, enquanto tu só queria estar presente de verdade na tua própria vida.


Vivemos sob um regime afetivo de produtividade: até o amor virou entrega com prazo, entrega com retorno, entrega com meta. E quando o amor cansa, ninguém entende. Porque foi vendido como solução, não como partilha.


Mas tu não é uma máquina. Nem precisa ser. E cansar não é sinal de fracasso, é sinal de humanidade. Aliás, talvez um dos poucos que ainda te restam. Porque só quem sente pode parar e dizer: chega. Assim, com um pouco de raiva, um pouco de tristeza — e muita coragem.


A coragem de dizer que esse mundo, do jeito que tá, não tá funcionando pra quem sente. E que o problema não é teu. É estrutural. É social. É sistêmico.


Então, se hoje tu não deu conta, que bom. Significa que teu corpo ainda grita quando tu força demais. Que tua alma ainda se recusa a morrer de exaustão em nome de um sucesso que nunca foi teu.


Teu descanso é resistência. Teu limite é sagrado. E tua dor, ainda que silenciosa, também é um grito político.


Que tu não te esqueça disso. Nem nos dias bons. Nem nos dias péssimos. Muito menos nos médios, esses que fingem normalidade, mas sangram quieto.

 
 
 

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